sábado, 15 de setembro de 2012

Os cinco melhores álbuns de sempre


5.º - Kraftwerk – “Trans-Europe Express”
A primeira e quase única vez que pedi dinheiro ao meu Pai para comprar o quer que fosse, foi precisamente este disco. E lá fui eu sozinho à Valentim de Carvalho que existia no Chiado, faz tantos anos que tenho vergonha de enunciar. Esse investimento de cerca de 200$00 revelou-se acertadíssimo, comprei e ainda hoje o tenho, um dos discos que mudou a história da música. Falar de Kraftwerk é para mim um dos temas preferidos, é uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos, cheguei a ir a Dusseldorf, como cheguei a ir a Manchester (escuso de referir porquê os mais atentos saberão) para conhecer o seu berço. Para tentar perceber porque é que naquela cidade surgiu um dos movimentos experimentalistas (KrautRock), no qual KraftwerK é o seu expoente máximo, que mais contribui para a evolução da música moderna, nomeadamente a independente (hoje indie). Poderia estar aqui horas as escrever nomes de bandas que foram influenciadas e que continuam a ser por KraftwerK e pelo movimento krautrock, mas o mais importante é tentar transmitir, a circunstância de ser um mundo de agradáveis sensações a desvendar para aqueles que gostam de música. Apenas uma nota final nesta introdução, para alguns será inflamatória, para outros não: - Nem os Beatles conseguiram modificar, pela sua influência, a música como os KraftwerK.
Porquê “Trans – Europe Express” – Neste trabalho os talentosos KraftwerK para além de fazerem música como até então antes nunca alguém tinha tentado fazer, conseguiram efectuar um álbum melodioso, em que falam da Europa do seu tempo e da Europa que esperam encontrar no futuro. Falam de pessoas, que vivem como manequins, despidas de valores, que se preocupam apenas com o aspecto e o aspecto dos outros, fazem uma maravilhosa imagem pela Europa “Interminável”, onde descobrem em Berlim David Bowie e Iggy Pop a absorverem o melhor do que na Alemanha se desbravava em termos musicais. Cantam sobre salas de espelhos reveladores dos escondidos medos de quem neles se vê. Fazem tudo isto, sem letras compridas, antes com frases-ideias. Com pouco dizem muito e ainda conseguem a final do álbum fazer uma homenagem a Franz Shubert, talvez porque se sentissem como ele sentiu durante a sua vida, mais um artista incompreendido pelos seus contemporâneos", sem reconhecimento público. Em analogia com os Kraftwerk, hoje, o estilo de Shubert é considerado por muitos como imaginativo, lírico e melódico, fá-lo ser considerado um dos maiores compositores do século XIX, marcando a passagem do estilo clássico para o romântico, tal como os Kraftwerk marcaram a passagem da entoação Pop, para a “melodia automática humana.” Kraftwerk é muito mais que homens a fingir que são robôs, Kraftwerk são homens que depuraram as canções até à sua mais ínfima parte. Kraftwerk é kraftwerk, antes e depois, mais ninguém fizeram música como eles.
·         Este apontamento não foi totalmente revisto, peço desculpa pelas gralhas e outros atropelos que possa ter, prometo que irei depurar o mesmo toda essa bicheza assim que tiver um pouco mais de tempo ou paciência.


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