1.º David Bowie – “The Man Who Sold The World”
Escrever sob aquele que se considera o melhor álbum de pop-rock de todos os tempos não é tarefa fácil, chegar a esta conclusão é ainda mais difícil, mas só não o é para quem não o escutou atentamente. David Bowie em 1970 resolveu dizer ao mundo que estava disposto a marcar de forma inquestionável a história da música e fê-lo com um disco soberbo de criatividade, energia de quem quer mostrar em plenitude a sua vocação para nos maravilhar com múltiplas personagens e sonoridades. O que torna este álbum tão especial? Ele incorpora o melhor da música do seu tempo, consegue-se saborear o psicadelismo de Pink Floyd, que Bowie era grande admirador, a sonância de Led Zeplling, timbre de Deep Purple e porque não falar também da loucura de Electic Ligth Orquestra e T- Rex, ou a consistência de Genisis, tudo num pacote elevadamente interpolado com os melhores sons que escorriam do outro lado do Atlântico tal como Doors (o enfâse da teatralidade da interpretação de Bowie só encontra par em Jim Morison) e numa tentativa de encontrar um caminho próprio na música como fizeram os Velvet Underground. Não existem plágios rítmicos neste trabalho, mas sente-se influências de monstros de então aqui e alí em cada tema, o que ao invés de tornar este trabalho uma amalgama de estilos, eleva-o a obra de arte. Como diz Bowie num dos temas deste trabalho “…dizem que a vista é maravilhosa, mas podes adoptar um outro ponto de vista…”. De facto foi o que ele fez, estava alerta para o melhor que fazia, mas adoptou uma nova forma de o fazer, personalizou em ele próprio o que o Mundo precisava de ouvir e ver. Sim porque a marca de Bowie extravasou o conceito de cantor ou músico. Bowie elevou-se ao criar um estilo de arte próprio. Se talvez Bowie não tenha vendido o mundo, talvez o mundo tenha adquirido Bowie e elevou-o ao estatuto de artista mais criativo de sempre. Na história da música existe o período AB e o PB. Talvez por isso digam que este disco é o primeiro disco da história do glam rock, Glam de Glamour, penso que esta definição ficaria deficitária para a história da música apenas pelas performances com trajes de mulher e pestanas postiças, purpurinas, saltos altos, batons, lantejoulas, cremes de noite e vestuários elétricos dos cantores. Eram os tempos da androginia e do glamour e suas músicas agitadas de rock n’ roll esbanjavam energia carnal, mas ao mesmo tempo cantava-se um novo homem. Cantava-se Jean Paul-Sarte, Franz Kafka e Friedrich Nietzsch, para os jovens um novo lema tinha sido estabelecido: “O depois de amanhã pertence-me ", pois tinha adoptado através da música que não queriam jamais voltar a viver como os seus antepassados.
Cantou Bowie que:
“I thought you died alone, a long long time ago”, para mim este álbum nunca morrerá é antes e tudo farei para a disseminar a maior celebração que o pop-rock já conheceu de tal modo que conseguiria colocar, mesmo que um Super- Deus, a chorar:
“Far out in the red-sky
Far out from the sad eyes
Strange, mad celebration
So softly a supergod cries”
Escrever sob aquele que se considera o melhor álbum de pop-rock de todos os tempos não é tarefa fácil, chegar a esta conclusão é ainda mais difícil, mas só não o é para quem não o escutou atentamente. David Bowie em 1970 resolveu dizer ao mundo que estava disposto a marcar de forma inquestionável a história da música e fê-lo com um disco soberbo de criatividade, energia de quem quer mostrar em plenitude a sua vocação para nos maravilhar com múltiplas personagens e sonoridades. O que torna este álbum tão especial? Ele incorpora o melhor da música do seu tempo, consegue-se saborear o psicadelismo de Pink Floyd, que Bowie era grande admirador, a sonância de Led Zeplling, timbre de Deep Purple e porque não falar também da loucura de Electic Ligth Orquestra e T- Rex, ou a consistência de Genisis, tudo num pacote elevadamente interpolado com os melhores sons que escorriam do outro lado do Atlântico tal como Doors (o enfâse da teatralidade da interpretação de Bowie só encontra par em Jim Morison) e numa tentativa de encontrar um caminho próprio na música como fizeram os Velvet Underground. Não existem plágios rítmicos neste trabalho, mas sente-se influências de monstros de então aqui e alí em cada tema, o que ao invés de tornar este trabalho uma amalgama de estilos, eleva-o a obra de arte. Como diz Bowie num dos temas deste trabalho “…dizem que a vista é maravilhosa, mas podes adoptar um outro ponto de vista…”. De facto foi o que ele fez, estava alerta para o melhor que fazia, mas adoptou uma nova forma de o fazer, personalizou em ele próprio o que o Mundo precisava de ouvir e ver. Sim porque a marca de Bowie extravasou o conceito de cantor ou músico. Bowie elevou-se ao criar um estilo de arte próprio. Se talvez Bowie não tenha vendido o mundo, talvez o mundo tenha adquirido Bowie e elevou-o ao estatuto de artista mais criativo de sempre. Na história da música existe o período AB e o PB. Talvez por isso digam que este disco é o primeiro disco da história do glam rock, Glam de Glamour, penso que esta definição ficaria deficitária para a história da música apenas pelas performances com trajes de mulher e pestanas postiças, purpurinas, saltos altos, batons, lantejoulas, cremes de noite e vestuários elétricos dos cantores. Eram os tempos da androginia e do glamour e suas músicas agitadas de rock n’ roll esbanjavam energia carnal, mas ao mesmo tempo cantava-se um novo homem. Cantava-se Jean Paul-Sarte, Franz Kafka e Friedrich Nietzsch, para os jovens um novo lema tinha sido estabelecido: “O depois de amanhã pertence-me ", pois tinha adoptado através da música que não queriam jamais voltar a viver como os seus antepassados.
Cantou Bowie que:
“I thought you died alone, a long long time ago”, para mim este álbum nunca morrerá é antes e tudo farei para a disseminar a maior celebração que o pop-rock já conheceu de tal modo que conseguiria colocar, mesmo que um Super- Deus, a chorar:
“Far out in the red-sky
Far out from the sad eyes
Strange, mad celebration
So softly a supergod cries”
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