domingo, 15 de janeiro de 2012

Thomas Dolby - Europa and the Pirate Twins


Thomas Dolby, nasceu em 14 de outubro de 1958 no Cairo, sob o nome de Thomas Morgan Robertson era um garoto incomum que desde cedo tinha uma inclinação para desmontar e remontar tudo o que via pela frente. Essa curiosidade já estava no sangue, uma vez que o seu pai tinha uma profissão que só pode ser exercida por quem tem a curiosidade aguçada (arqueologista).

Incentivado pelos pais, foi estudar meteorologia mas já no colégio se sentia atraído pelos equipamentos eletrônicos, especificamente pelos equipamentos musicais que já nos anos 70 estavam em alta entre as bandas cultuadas na época e que estavam no auge. Leia-se aqui os grandes nomes do progressivo que utilizavam estes equipamentos à exaustão (Pink Floyd, Yes, Genesis). O jovem Thomas já era um amante da música naquela época e estava muito atento ao que acontecia... principalmente ao que os alemães do Kraftwerk faziam.

O sinal definitivo de sua genialidade foi ter construído aos 18 anos o seu próprio sintetizador. A meteorologia estava definitivamente deixada de lado. Nessa mesma época ele também estava aprendendo a tocar outros instrumentos como guitarra, piano, paralelamente ao aprendizado sobre computação. Thomas enxergava longe. Já em 77, incoscientemente, dava os primeiros passos do que alguns anos depois seria chamado de synth pop ou technopop, antes mesmo de se tornar um músico conhecido.

Todo esse envolvimento com equipamentos musicais levou seus amigos a colocarem um apelido que ele próprio assumiria como sua marca registrada: Dolby. Virou motivo de piada entre os garotos fortões e candidatos a atletas galãs e das garotas bonitas. Mas em 78, já completamente imerso em suas invenções e cada vez mais interessado pela música, decidiu procurar trabalho e se envolver profissionalmente com música tornando-se colaborador de estúdio de algumas bandas conhecidas, como The Fall do hit "Mr Pharmacist".

Nesses trabalhos, curiosamente, ele era requisitado por conta de suas invenções, a mais famosa delas o seu PA system que tinha algumas características invoadoras, principalmente na sonoridade e na qualidade do som final das produções.

Em 79 formou uma banda chamada Camera Club que trazia na sua formação um rapaz que se tornaria um dos gênios da produção de discos pop na década que iria se iniciar: Trevor Horn, que chegou a produzir algumas músicas do New Order, Pet Shop Boys, Propaganda, Frankie Goes to Hollywood, etc. Mas pouco menos de um ano depois ele deixou a banda e entregou uma composição sua chamada New Toy à iniciante Lene Lovich que acabou se tornando um hit na Inglaterra. Ainda em 81, outra composição sua fez muito sucesso nas paradas da Grã Bretanha na mãos do grupo Whodini.

Paralelamente à sua carreira solo, Dolby continuava a ser requisitado para fazer participações em discos de outras bandas ou artistas. Pouca gente sabe, mas ele participou do disco 4 do Foreigner e tocou sintetizadores no grande hit Waiting for a girl like you que é um clássico dos anos 80 e toca até hoje em algumas rádios.

Finalmente em 82, lançou o seu primeiro disco sob o nome de The Golden age of Wireless que entrou no top 20 e o single Windpower, entre as 50 músicas mais tocadas na Inglaterra. Na virada de 82 para 83, ele lança um EP chamado Blinded with Science pois estava decidido a assumir a identidade de "cientista louco", uma vez que assumir personagens era uma tendência naquela época. Para ele, nada melhor do que se transformar no seu alter ego.

A MTV americana estava começando suas atividades e precisava de videos. Sabendo disto, a gravadora resolveu solicitar que Thomas Dolby participasse de um vídeo-promo, que estreou nos EUA com o vídeo de "She blinded with me sciencie" que contava a estória de uma bela mulher que deixa todos loucos com a "ciência". O vídeo foi sucesso imediato, a MTV não parava de passar e Thomas Dolby chegou aos EUA direto na 5ª posição da Billboard.

O segundo álbum, The Flat Earth foi lançado em 1984, e foi muito bem nas paradas inglesas. Já nos EUA não foi tão bem passando quase despercebido pelos americanos que quase não prestavam atenção ao que vinha de fora. Estavam mais preocupados em descobrir quem eram as próximas garotas que iriam tomar as paradas norte-americanas...

Mas Dolby não se abateu por causa disso. Afinal de contas, se ele não era sucesso de público, era sucesso absoluto da crítica especializada. E também dos músicos. Dolby começou a ser inundado de convites para colaborações em discos devido às suas inovações em técnicas de gravações de estúdio. Participou de praticamente de todos os álbuns dos seguintes artistas que foram lançados no período de 84 à 87: Joni Mitchel, Stevie Wonder, Herbie Hancock, Prefab Sprout (que ele fez parte como membro oficial da banda no disco "Steve MacQueen") e Dusty Springfield. Participou ativamente do Live Aid, tocando com David Bowie.

Tanta notoriedade chamou a atenção dos laboratórios Dolby que o processaram em 86 por uso indevido da marca. A empresa conseguiu que temporariamente, Thomas Dolby fosse proibido de utilizar o sobrenome notório, mas Dolby conseguiu fazer um acordo amigável na justiça, o que permitiu que ele continuasse a utilizar a marca que o deixou famoso.

Como bom músico compôs algumas trilhas sonoras de filmes também. É sua a trilha do ótimo, porém injustiçado Howard, the Duck. Mas a personalidade de Thomas ainda era a do cientista. Continuava a sua busca por novas descobertas no mundo dos equipamentos eletrônicos. Ele chegou a escrever alguns artigos para revistas de computação, informática e tecnologia. Ainda assim, lançou o terceiro disco Aliens at my Buick em 1988 e que foi bombardeado pela crítica que naquela época estava envolvida na house e na acid house, rejeitando o disco que foi chamado de fraco e Thomas acusado de falta de criatividade. O disco também foi mal recebido pelo público que também estava mais ligados nas linha eletrônica mais dance do Front 242 e o New Beat belga.

Dolby se casou em 1988 e continou a trabalhar como músico de estúdio, produzindo trilhas e discos de artistas desconhecidos e também continou inventando equipamentos eletrônicos e musicais. Em 91 participou do show histórico produzido por Roger Waters, o "The Wall" em comemoração à queda do muro de Berlim que havia acontecido em 89. Em 92 lançou o disco Astronautics & Heretics. Um disco totalmente injustiçado, pois além de ser um dos melhores de sua carreira, trouxe a participação inusitada de Eddie Van Halem, Jerry Garcia e da egípcia Ofra Haza. Um disco que uniu várias tendências e com uma produção muito bem cuidada.

Em 93, Dolby criou uma empresa de tecnologia chamada Headspace especializada em software para computadores. Era o cientista finalmente encontrando a sua real vocação. Seu último trabalho como músico foi a trilha sonora chamada The Gate to the Mind's Eyes . Depois disso, apenas apareceu em coletâneas dedicadas aos anos 80 e algumas coletâneas lançadas cobrindo a sua obra.

In www.autobahn.com.br



Recentemente, o guitarrista do Genesis inclui em seu disco a música "The Devil's is a English man" de Thomas Dolby se dizendo um grande fã dele. Em 2004 circulou na Europa um disco ao vivo chamado Forty.

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